COMPRE INFORMÁTICA NO SUBMARINO

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Falta de profissionais eleva remuneração em vários setores.

Na ponta do lápis do governo, o salário mínimo no Brasil é R$ 510. Mas, na prática do mercado, esse valor já não convence os trabalhadores, que começam a recusar propostas de trabalho com remuneração inferior a R$ 600.
De acordo com a diretora da Sias Consultoria, Jaqueline Rezende, poucas empresas estão oferecendo salário mínimo para funções como auxiliar de serviços gerais ou faxineiro. "Tenho uma vaga para ajudante de produção há 40 dias. Aparecem poucos candidatos e todos estão recusando o salário de R$ 550. Na prática, o mínimo já é de R$ 600", diz.
A explicação é simples: faltam profissionais, sobram vagas. Com dificuldade para recrutar, as empresas acabam tendo que oferecer salário maior para atrair trabalhadores que, por sua vez, não encontram dificuldade para conseguir boas propostas. "As pessoas ficam fazendo leilão. Elas se inscrevem em vários processos de seleção ao mesmo tempo e depois vão pechinchar salário", explicou.
Após a crise mundial, que deixou a economia fragilizada em 2009, o setor produtivo brasileiro conseguiu se recuperar e ganhar fôlego neste ano, puxado, principalmente, pelo forte consumo das famílias. Com o aumento da demanda, as empresas tiveram que contratar mais trabalhadores. O problema é que os salários não acompanharam, no primeiro momento, o avanço na oferta de vagas. Agora, o mercado começa a se ajustar ao novo cenário de trabalhadores mais exigentes.
A realidade já pode ser sentida no Sistema Nacional de Emprego (Sine). Na unidade do bairro Floresta, região Leste da capital, todos os dias chegam 50 novas ofertas de vagas. No entanto, os atendentes encontram dificuldade para encaminhar candidatos. "A gente liga para eles e, ou dizem que já estão empregados, ou recusam por causa do salário", revela Mônica Duarte Mattos, coordenadora do Sine Floresta.
De acordo com ela, as faixas salariais para cargos de nível médio já estão próximas às de nível superior. É o caso de uma vaga para técnico em estradas, com salário de R$ 3.000. Já o engenheiro civil é requisitado para receber pouco mais de R$ 4.000. Outra vaga de nível médio, para administrador financeiro, está aberta com remuneração de R$ 1.200. "Há um ano, esse salário não ultrapassava R$ 700", lembra.
Walquíria de Oliveira Santos Barbosa, 30, é tecnóloga em gerenciamento de recursos humanos. Há nove meses desempregada, ela já recusou várias ofertas de emprego com salário de até R$ 600. "Minha pretensão é de R$ 900, para começar. Para trabalhar de 8h às 18h pelo que eles estão oferecendo, prefiro ficar em casa e esperar uma oferta melhor", conclui.
No caso de profissionais com menor qualificação, o excesso de vagas e a falta de mão de obra também já começaram a provocar aumento de salário. "Tenho uma vaga de zelador de edifício, sem escolaridade, que estão pagando R$ 1.041", revela Mônica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário